quinta-feira, 10 de março de 2011

Quaresma - Primeira parte

Tempo da Quaresma

O tempo da Quaresma vai da 4ª feira de Cinzas até a Missa da Ceia do Senhor, exclusive. É o tempo para preparar a celebração da Páscoa.

"Tanto na liturgia quanto na catequese litúrgica esclareça-se melhor a dupla índole do tempo quaresmal que, principalmente pela lembrança ou preparação do Batismo e pela penitência, fazendo os fiéis ouvirem com mais frequência a palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispõe à celebração do mistério pascal" (SC 109).


Anotações

1- Durante este tempo, é proibido ornar o altar com flores; o toque de instrumentos musicais só é permitido para sustentar o canto. Excetuam-se o Domingo Laetare (4º Domingo da Quaresma), bem como as solenidades e festas.

2- A cor do tempo é roxa. No Domingo Laetare, pode-se usar cor-de-rosa (IGMR, n. 308f).

3- Em todas as Missas e Ofícios (onde se encontrar), omite-se o Aleluia.

4- Nas solenidades e festas somente, como ainda em celebrações especiais, diz-se o Te Deum e o Glória.

5- As memórias que ocorrem neste tempo podem ser celbradas como facultativas (cf. Anotações Gerais 2.4). Não são permitidas misas votivas.

6- Na celebração do Matrimônio, seja dentro ou fora da Missa, deve-se sempre dar a bênção nupcial; mas admoestem-se os esposos que se abstenham de demasiada pompa.


Campanha da Fraternidade

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove todos os anos, durante a Quaresma, a Campanha da Fraternidade, cuja finalidade principal é vivenciar e assumir a dimensão comunitária e social da Quaresma. A Campanha da Fraternidade ilumina de modo particular os gestos fundamentais desse tempo litúrgico: a oração, o jejum e a esmola.

Neste ano, o tema da Campanha é: Fraternidade e a Vida no Planeta; e o lema: "A Criação geme em dores de parto." (Rm 8,22)

Fonte: Diretório da Liturgia e da organização da Igreja no Brasil – 2011 – Ano A – São Mateus. Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Página 70 e 71.


Observações

O roxo/lilás é uma cor que fala de expectativa, de espera, de esperança. Para nós cristãos, a cor roxa, como cor litúrgica do Advento e da Quaresma, coloca-nos na espera do Senhor que vem, Deus que Se faz Homem, Natal, e Deus que assume a humanidade inteira e nos traz uma vida nova, Ressurreição/Páscoa. A quaresma é um tempo de conversão, de mudança de vida. Somos convidados a jejuar de tudo o que nos afasta dos outros e a festejar o encontro com o perdão, com a partilha, com o respeito, com a vida.

Quaresma é tempo de recolhimento, oraçõo e escuta. Assim a igreja define a Quaresma, que é celebrada desde o final do século 4, quando os cristãos começaram a se preparar para a Páscoa durante 40 dias, através da meditação e do jejum.

É costume muito antigo na Igreja cobrir com pano roxo as cruzes, quadros e imagens sacras.

O sentido profundo desse ato de cobrir as imagens sacras, fundamenta-se no luto pelo sofrimento de Cristo Nosso Senhor, levando os fiéis a refletir, ao contemplar esses objetos sagrados cobertos do roxo, que simboliza a tristeza, a dor e a penitência. O ápice do despojamento ocorre após a Missa da Ceia do Senhor na Quinta-Feira Santa, quando retiram-se as toalhas do altar. A cruz coberta lembra-nos a humilhação de N. Senhor Jesus Cristo que teve de ocultar-se para não ser apedrejado pelos judeus, como nos relata o Evangelho segundo São João:

Os judeus pegaram pela segunda vez em pedras para o apedrejar. Disse-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte de meu Pai. Por qual dessas obras me apedrejais? (...). Procuraram então prendê-lo, mas ele se esquivou das suas mãos. Ele se retirou novamente para além do Jordão, para o lugar onde João começara a batizar, e lá permaneceu.” (Jo 10, 31-32.39-40)

Fonte: Veritatis


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