sexta-feira, 10 de junho de 2011

Casais em Segunda União Estável - quarta parte

A espiritualidade dos casais

em segunda união estável

segunda parte

O amor é um presente de Deus

A Igreja oferecer aos casais em segunda união estável um caminho espiritual-pastoral pois eles são parte da Igreja que acompanha com especial solicitude seus filhos e filhas para que possam usufruir, no dia a dia, a graça de Deus.

Muitos casais em segunda união conservam a fé e desejam educar cristãmente seus filhos. Os sacerdotes e toda a comunidade devem dar prova de uma solicitude atenta a eles, a fim de não os considerar separados da Igreja. A Igreja ensina que todos os batizados podem e devem participar da vida da Igreja e duas Exortações Apostólicas ecoam tais palavras: “Familiaris Consortio” (sobre a Família, do Papa João Paulo II) e “Sacramentum Caritatis” (Sacramento da Caridade, do Papa Bento XVI).

Tanto João Paulo II quanto Bento XVI convidam os casais em segunda união a cultivar, quanto possível, um estilo cristão de vida através da participação do sacrifício da Santa Missa – ainda que sem receber a comunhão -, da escuta da Palavra de Deus, da perseverança na oração, da adoração Eucarística, da cooperação, dedicação e incrementação nas obras de caridade, das iniciativas na comunidade em favor da justiça, da educação dos filhos na fé cristã, do cultivo das obras de penitência, do diálogo franco com um sacerdote ou mestre de vida espiritual … só para citar alguns exemplos.

Eis algumas explicitações de como vivenciar as maravilhas de Deus na vida dos casais em segunda união estável:

A participação da Santa Missa: um encontro de amor – O casal em segunda união estável, como todo bom cristão, considerando o amor infinito de Jesus, deve participar da Santa Missa com amor fervoroso, de modo particular no momento da consagração, pois é nesse momento que Jesus é vivo e presente.

O Papa Bento XVI, em recente discurso ao clero de Aosta [região no norte da Itália], valoriza a participação dos casais em segunda união estável da Santa Missa mesmo sem a comunhão Eucarística. A esse respeito o Papa fez este lindo e confortável comentário:

Uma Eucaristia sem a comunhão Eucarística não é certamente completa, pois lhe falta algo essencial. Todavia, é também verdade que participar na Eucaristia sem a comunhão Eucarística não é igual a nada. Participar é sempre um estar envolvido no mistério da Cruz e da ressurreição de Cristo. É sempre uma participação no grande Sacramento, na dimensão espiritual, pneumática, e também eclesial, se não estreitamente sacramental.

E dado que é o Sacramento da Paixão de Cristo, Cristo sofredor abraça de modo particular estas pessoas e comunica-se com elas de outra forma; portanto, elas podem sentir-se abraçadas pelo Senhor crucificado que cai por terra e sofre por elas e com elas.

Por conseguinte, é necessário fazer compreender que mesmo que, infelizmente, falta uma dimensão fundamental, todavia tais pessoas não devem ser excluídas do grande mistério da Eucaristia, do amor de Cristo aqui presente. Isso parece-me importante, como é importante que o pároco e a comunidade paroquia levem tais pessoas a sentir que, se por um lado devemos respeitar a indissolubilidade do sacramento, por outro amamos as pessoas que sofrem também por nós. E devemos também sofrer juntamente com elas, porque dão um testemunho importante, a fim de que saibam que no momento em que se cede por amor, se comete injustiça ao próprio Sacramento, e a indissolubilidade parece cada vez mais menos verdadeira”.

O mesmo Sumo Pontífice também recorda que o sofrimento faz parte da vida humana e no caso dos casais em segunda união estável, é “um sofrimento nobre”.

Este texto continua e conclui com a terceira parte.

Fraternalmente, frei Mason

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